CONDESTÁVEL
(Nota etimológico-Histórica)
(Nota etimológico-Histórica)
«Condestável, que no português antigo se dizia condestable e condestabre, é termo derivado da locução latina comes-stábuli, que, no latim bárbaro da Idade Média, tomou a forma de comestábilis, conestábilis, constabulárius, constábulus, constábilis, comistábilis, etc.
Na Espanha, como em Portugal, dizia-se condestable. No francês é connétable; no latino, contestábili; no inglês, constable; no alemão, konstabler.
Em Portugal e Espanha, condestablessa era mulher de condestable.
Primitivamente, em várias nações da Europa, condestável correspondia a estribeiro-mór e designava o superintendente dos cavalos e cavalariças reais. Na côrte de Bizâncio, era o chefe da guarda palatina. Nalgumas épocas e nalgumas regiões, era o mantenedor da ordem pública e, por vezes, o juiz supremo de uma cidade. Em regra, na França, em Castela, na Sicília, na monarquia gótica da Espanha e em Portugal, o condestável era o chefe superior do exército e a principal personalidade da nação depois do monarca.
Informam alguns escritores que o primeiro condestável português foi o glorioso D. Nuno Álvares Pereira, mas não é verdade. O cargo de condestable, a condestablia, foi criado pelo rei D. Fernando em 1382 e, da primeira vez, recaiu em D. Álvaro Pires de Castro, irmão da linda Inês, Conde de Arraiolos, Senhor do Cadaval e de outras terras.
O mesmo cargo continuou, depois na pessoa de D. Nuno Álvares Pereira e nos seus descendentes, Duque de Cadaval.
Modernamente, no regime monárquico-constitucional, o condestável era o príncipe, imediato à pessoa do monarca, a quem acompanhava nas grandes solenidades, e colocava-se à direita do trono, de estoque desembainhado. Tais funções foram por último desempenhadas pelo Duque do Porto, D. Afonso Henriques.
Cândido de Figueiredo
In Cruzada Nacional Nun`Álvares, Ano I, Novembro de 1922, pág. 10.
In Cruzada Nacional Nun`Álvares, Ano I, Novembro de 1922, pág. 10.
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