domingo, 26 de abril de 2009

Nuno Álvares por Noémia de Carvalho

NUNO ÁLVARES

Olhai a sombra austera, olhai uma só vez
O vulto gigantesco, egrégio, que se afouta
A vir bradar, bem alto, ao povo português:
«Eu sou inda o herói da grande Aljubarrota.

«Se à turba de Castela as armas derrubei,
«Se à gente lusitana eu já causei espanto,
«Foi só para deixar na Pátria, que adorei,
«Trofeu de intensa luz, que fez de mim um santo.»

Olhando o céu da pátria, a geração presente,
Vê longe, muito ao longe, a sombra do vidente
Seguir, após o arnês, a reza monacal!...

Joelhos ponde em terra, ó raça destemida!
A Ele, que foi Pai da Nossa Pátria q`rida,
Mostremos que inda existe o culto a Portugal!


Noémia de Carvalho
In «Nuno Álvares», Editora Educação Nacional, Porto, 1938, pág. 141.

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