quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira – Nuno de Santa Maria por Brandão Ferreira

“Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, Fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o reino dos céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descança o seu corpo.”

Inscrição que existiria na pedra tumular da sepultura primitiva de D. Nuno Alvares Pereira, na igreja do Carmo, em Lisboa


Por uma feliz iniciativa do autor, certamente inspirada no patriotismo que lhe corre nas veias, vamos poder desfrutar da excelsa figura de Nuno Álvares Pereira cantada por José Campos e Sousa.
São um conjunto de bonitos poemas de autores consagrados que a sensibilidade de Campos e Sousa musicou e representam uma original e justa homenagem ao português maior e único que foi D. Nuno.
Em boa hora o fez.


O futuro Fronteiro-Mor do Alentejo e Condestável do Reino, nasceu em Cernache do Bonjardim ou no Castelo da Flor da Rosa – segundo outros autores - em 1360.
Educado com esmero e nos ideiais da Cavalaria não se limitou a rever-se neles, interiorizou-os e aplicou-os pela vida fora. Quis ser exemplo do que professava e que outros o seguissem.
D. Nuno distinguiu-se primariamente como um grande general, um líder natural e um combatente de eleição. Somou sucessos, foi generoso na vitória e humano para com o inimigo. A ele devem Portugal e os portugueses a mercê de serem independentes e com identidade própria no concerto das nações. Mais tarde, cumprida a tarefa de salvaguardar o trono e a segurança das fronteiras, a sua Fé – que sempre o acompanhou em tudo o que fez – levou-o a dedicar-se em exclusivo ao Bem, ao serviço de Deus e da sua alma.
Culminou os muitos templos religiosos que mandou construir, grande parte deles em honra da Virgem Maria - de quem era especial devoto - com o convento do Carmo, em Lisboa, destinado a ser sede da Ordem com aquele nome e local para a sua última morada. Para lá entrou como simples irmão donato, ficando encarregue da portaria.
Sendo dos homens mais poderosos e ricos do país, foi-se desfazendo da sua riqueza, quer em obras pias, quer distribuindo-a e aos títulos, pelos seus familiares, pelos seus camaradas de armas e simplesmente pelos pobres. E foi para estes que esmolava depois de se ter recolhido à sua cela do convento que mandara construir. O caldeirão que antes servira para cozinhar o rancho para as suas tropas, servia agora para alimentar os desvalidos com sopa – a sopa dos pobres!
Como cidadão há a destacar um conjunto alargado de qualidades que pôs ao serviço da comunidade, dando exemplo de boas práticas e de bons costumes. Sobrava-lhe carácter, mas não deixou de ser humilde. Não se lhe conhecem vilezas. Por tudo isto o povo logo o apelidou de “Santo”, assim que Nuno de Santa Maria fechou os olhos, com 71 anos de vida bem vivida, rodeado do Rei e dos infantes. E não mais parou de haver romaria ao seu túmulo onde passou a tremular a luz de uma lamparina de prata oferecida pelo futuro rei D. Duarte que muito estimava o Condestável.
Foi este rei que inaugurou as iniciativas de canonização que duraram um longo período de seis séculos até a santidade ter sido reconhecida pelo actual Papa Bento XVI, em cerimónia ocorrida em Roma, a 26 de Abril de 2009.
É este homem, General e Santo, exemplo ímpar para Portugal e agora para todo o mundo católico, que este CD homenageia.
Ao contrário de muitos responsáveis políticos e outros, que ignoraram a honra da canonização e o exemplo de D. Nuno, José Campos e Sousa cumpriu o seu dever de artista, de cidadão e de português.
Devemos estar-lhe gratos por isso.

Brandão Ferreira

In O Adamastor

São Nuno de Santa Maria. CD de José Campos e Sousa

Por mais um favor do Céu coube-me desta feita dar música e dar voz a muito do que se tem escrito em louvor de Dom Nuno Álvares Pereira, o Condestável, terror dos Castelhanos, verdadeiro Herói da minha infância. Benditas 3ª e 4ª classes que em 1955/1956 trouxeram à minha vida, de maneira tão fantástica a tão fantástica vida de uma mão cheia de Homens, que começando em Viriato, ajudaram a erguer Portugal. Dom Nuno, é certamente um primeiro entre iguais. Já Fernando Pessoa na “Mensagem” lhe atribuiu no Brasão, o lugar cimeiro - o da coroa.
Vou lançar no próximo mês de Novembro uma edição de autor, “Por Portugal e Mais Nada ” título que roubei ao Rodrigo Emílio, que de várias maneiras está presente neste Torneio.
O Rodrigo desafiou-me para esta empresa, há uns bons 8 anos, enchendo-me de folhas com poemas e textos sobre Dom Nuno, muito a seu jeito. Este projecto foi sendo adiado por uma razão ou por outra, somente agora que o nosso Herói foi promovido a Santo, pelo Outro Rei , é que eu tive licença de o acabar. Tinha que ser assim!
É um CD para Portugueses admiradores e herdeiros e seguidores das formaturas de 1143, 1385, e 1640, gente que não tem por hábito pôr-se em bicos dos pés, que só aparece quando é necessária. Gente anónima, modesta, desinteressada e corajosa. Gente que não discute nem põe em causa Portugal, gente que dá sem receber. É para todos esses que eu canto!
Dediquei “Por Portugal e Mais Nada” a S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, décimo sexto neto de Dom Nuno e do Mestre de Avis. Faço-o por respeito, por admiração e principalmente por devoção a uma causa que precisa urgentemente de um novo Mestre que, como canta Rodrigo Emílio: - “Ponha a andar daqui o Andeiro!”.
A todos os que estiveram presentes no “Rodrigamente Cantando” e na “Mensagem à Beira -Mágoa” quero agradecer o apoio. Espero encontrar-vos de novo neste caminho Português “Por Portugal - e Mais Nada!”
Lisboa, Outubro de 2009»

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pintura de Gabriela Marques da Costa - XII

A derrota de Castela

Pintura de Gabriela Marques da Costa - XI

Pintura de Gabriela Marques da Costa - X

A batalha de Aljubarrota

Pintura de Gabriela Marques da Costa - IX

O Santo Destemido

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VIII

Mestre de Avis, o fiel amigo

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VII

Os envolvidos

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VI

Táctica do Quadrado

Pintura de Gabriela Marques da Costa - V

Condestável, o Beato tornado Santo
Gabriela Marques da Costa

Pintura de Gabriela Marques da Costa - IV

"Com esta bandeira me guio"
Gabriela Marques da Costa

Pintura de Gabriela Marques da Costa - III

Monge da Armadura

Pintura de Gabriela Marques da Costa - II

"Pelo Reino, pela Pátria, Por Deus"

Pintura de Gabriela Marques da Costa - I

"Poucos de nós vencerão muitos"