NUN`ÁLVARES
Senhor! Por mim, teu espírito visita
O Reino onde servi como soldado;
Por ti, meu coração alevantado,
Por ti, este burel de carmelita!
A humilde cela que o teu filho habita
É um cárcere de lágrimas banhado;
Condoa-se do olhar do emparedado
A luz desses teus olhos, infinita!
Senhor, perdoa ao monge arrependido:
Se ainda não mereço a tua dor,
Reduz-me à escuridão do eterno olvido!
Soberbo eu fui; perdoa ao vencedor,
Ao vencedor dos homens, — o vencido
Por teu pranto humaníssimo, Senhor!
Mário Beirão.
In «Poesias Completas», Edição INCM, Lisboa, 1.ª edição, 1996, pág.185.
In «Poesias Completas», Edição INCM, Lisboa, 1.ª edição, 1996, pág.185.
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