domingo, 28 de agosto de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Poema condestabriano de Juan de Mendoza

Ao Sepulcro do Grande Condestável
Epitáfio
O herói que nesta história
Celebra, apesar de Marte,
O seu ser entre três se reparte;
(De triunfos, nova vitória)
Consagrou a alma à glória,
Onde no fogo de Deus se inflama,
Devoto o Carmo o aclama,
Vendo que entre os Anjos gira;
O seu corpo a esta excelsa Pira;
A sua eternidade à fama.


Juan de Mendoza,
Vizinho da cidade de Badajoz.
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 420.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Poema condestabriano de Fernão Gomes Lopes

Ao Túmulo do Grande Condestável


Epitáfio


Entre Dois Pastores, Sílvio e Melibeu

Sílvio: Quem jaz nesta pira,
Que me move a admiração?
Melibeu: Vejamos com atenção.
Sílvio: Nuno Álvares diz, mira
Sim. Admirei-me com razão

Fernão Gomes Lopes,
natural da mesma vila de Celorico
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 419.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Poema condestabriano de Simão Lopes Silva

Ao Túmulo do Grande Condestável

Epitáfio

De Portugal aqui o zelo
Jaz, valor sem segundo,
Ó! Rompa-se o azul véu
Para ver como aquele que o mundo
Estreitou, vive lá no céu.

Simão Lopes Silva,
Médico na mesma vila de Celorico
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 418.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Poema condestabriano de Lourenço de Melo

Ao Panteão do Grande Condestável

Epitáfio

Jaz neste Panteão
Um sucessor de Pelaio,
Que se na guerra foi raio,
Raio foi na Religião:
Nesta e naquela acção,
Tão raro foi e peregrino
Que o rei humano e o divino
(vendo seu inaudito zelo)
Permitem que na terra e no céu
Viva em triunfo contínuo.

Lourenço de Melo,
Prior da Igreja Colegial da Antiga,
mui nobre e fidelíssima vila de Celorico,
que chamam da Beira, em Portugal
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 417.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Poema condestabriano de Pedro Reyna

Epitáfio

Viveu com tanto valor,
Nuno a quem vês prostrado,
Que ninguém o tem igualado,
E sempre foi vencedor:
E ainda que Átropos seu rigor
Executou com sua ferida,
E ufana ficou a morte,
Vendo que pode decidir a sorte
Na mais valente vida.

Pedro Reyna
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 416.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Poema condestabriano de João de Matos Fragoso

Ao Sepulcro do Grande Condestável

Epitáfio

Detém-te, observa, cala-te: pois repousa,
Ó caminhante, nesta Tumba muda
A admiração mais rara, como dúvida,
A mais clara verdade, como duvidosa.
Este, de quem a espada venturosa
Coberta amedrontou e matou desnuda
Debaixo desta pedra, em bainha rude,
É relíquia em valor a mais famosa.
Jaz: mas muito de si se derrama
Pelo mundo em mil ecos numa voz suma,
Por símbolo grato da sua chama.
Louvá-lo pois teu filho não presuma
Que a pluma é para sua espada pouca fama,
E para a fama, a sua espada, muita pluma.

João de Matos Fragoso
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 415.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Poema condestabriano de Jacinto de Torres y Sotomayor

Ao Túmulo do Grande Condestável

Epitáfio

Suspende, pára, tem-te, ó caminhante,
Teu móvel passo na ocasião presente,
E admira este Túmulo eminente
Breve esboço do seu grande Atlante.
Um Régio Panteão tens diante,
Coroas de quem é pelo sangue ascendente,
Ou um Trono, e Urna, de ouro em que assente
A sua viva Fé, a sua Religião constante.
Multiplica as devidas admirações
Por este que vês entre Mármores e Piras,
Pois o êxtase aqui é justificável
E justas são tais assombrações,
Para que melhor conheças o que miras:
É Dom Nuno Álvares, o teu Condestável.

Jacinto de Torres y Sotomayor
Presbítero
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 415.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Poema condestabriano de Tomas Sivori Spinola

À Tumba do Grande Condestável
Epitáfio em duas línguas

Eclipsa o Sol, com aplauso eterno (em italiano)
Nesta Tumba que é constante Esfera;
Aonde Nuno seu valor não altera,
Mas extinto vive, em esplendor superno. (em italiano)


Tomas Sivori Spinola,
Cavaleiro da República de Génova
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 413.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Poema condestabriano de Sebastián de Herrera Barrionuevo

Ao Sepulcro do Grande Condestável

Epitáfio


Jaz aqui o grande Condestável
De Portugal, cuja glória
Eternizou a memória,
Ela sempre durável:
E seu valor, templo incomparável.
Bem o mundo clama
Que sua valerosa chama
Conquistou a terra e o mar,
Mas ela não pôde chegar
Onde chegou a sua fama.

Sebastián de Herrera Barrionuevo
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 412.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Poema condestabriano de Francisco Fernandez

À Sepultura do Grande Condestável

Epitáfio

Passageiro, se nesta pira
Queres saber o que encerra,
Ouve que é a quem a terra
Sem o entender admira:
Vem cá, e atento mira
Sem parar de contemplá-la;
Porque se considerá-la
Pretendes, chegando a vê-la,
Não te deixará entendê-la
A suspensão de admirá-la.
Francisco Fernandez
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 411.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Poema condestabriano de Alfonso de la Peña

Ao Sepulcro do Grande Condestável

Epitáfio


Volta à vida melhor, onde não cobre
De opinião o mundo as tuas verdades.
Volta, ó pai de tantas Majestades,
Se não a fama maior, mais nobre.
Vive outra vez, e a tua memória redija
O mármore imortal das idades,
Que para quem morreu a viver eternidades,
A eternidade é a razão por que viva.

Essa pena erudita que te aclama,
Não é pena, mas uma voz, um troar reverente
Que pelo olvido tua memória chama.

Volta para ver tanto ilustre descendente,
Que forma uma árvore de cuja imortal rama
Se teceu a coroa que levas na mente.

Alfonso de la Peña
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 410.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Poema condestabriano de Agustín Moreto y Cavana

Ao Sepulcro do Grande Condestável


Epitáfio

Jaz aqui: como direi para chamá-lo?
Novo Aquiles? É obscurecê-lo.
Um Alexandre? Não é engrandecê-lo.
Um Heitor Lusitano? É antes abaixá-lo.
Tudo é pouco quando monta a defini-lo,
Nada basta quanto toca a compreendê-lo,
Se um sentido não se pode entendê-lo
Como pode uma simples pena atingi-lo?
Nuno Álvares Pereira é por quem anseia
A voz, que não o explica mas antes o prediz,
Que o esquecimento eterno não receia.
Morre um homem assim? Ó sorte infeliz
Quem em vãos aplausos perde o seu norte
Se no fim de tudo triunfa a morte?

Agustín Moreto y Cavana
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 409.

domingo, 6 de março de 2011

Poema condestabriano de Gaspar de Ávila

Ao Sepulcro do Grande Condestável
Epitáfio
Aqui nesta sombra leve
Jaz a luz que deu chama
A Portugal, fé à sua fama,
E a seu esplendor quanto deve:
Cuba em distância tão breve
Depois de um mundo ter feito pequeno,
E sim aqui (ainda que se venceu)
Contra o olvido peleja,
Triunfo dos tempos seja
E que tantos mereceu.

Gaspar de Ávila
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 408.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Poema condestabriano de Juan Martin de Barrio

Ao Panteão do Grande Condestável


Epitáfio

Cante Roma seu César, Tebas glorifique
Do seu Alcides as doze vaidades;
Que Alexandre acredite nas suas Deidades,
E que as provas Júpiter classifique

Campeão famoso, que a eles os louros levas,
Por seres Progenitor de Majestades,
As façanhas em ti, claras verdades,
Mas das quais o tempo escreve às cegas.

Mas seja verdade sua valentia,
Árbitros sejam, Nuno, da guerra,
E seja seu desejo um último atrevimento.

Sejam: ainda é maior a tua galhardia,
Pois conquistaram, os donos da terra,
Terras não mais, tu a terra e o firmamento.
Juan Martin de Barrio
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 407.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Luis Velez de Guevara

À Sepultura do Grande Condestável

Aqui jaz sepultado
Dom Nuno Álvares Pereira,
De Portugal Condestável,
Mas não há aí coisa que o seja.
Ilustre Progenitor
De quantos louros cercam
Na Imperial Monarquia
Tanta Cesárea cabeça.
De quantos Reis a Europa,
E Príncipes a governam,
Cujos brasões heróicos
Competem com as estrelas.
Que foi um Português prodígio
De vitórias, e proezas,
Em Portugal, e em Castela,
E nas Árabes fronteiras.
Generoso descendente
De Pelágio, cujas mesmas
Façanhas tanto imitou,
Que escureceu as alheias.
Sendo novo Viriato
Lusitano, que em empresas
Mas invencíveis, deu invejas
Novas a Alexandre e César.
E depois de tantos triunfos,
Para alcançar a posteridade
Vitória, viveu na clausura
Religiosa, e morreu nela.
Tendo estado nove anos
De vida exemplar e perfeita,
No Carmo de Lisboa,
Que com grande magnificência
Fundou, e de quem foi Patrono,
Leve esta o que seja,
Onde em geladas cinzas
O clarim último espera.
Luis Velez de Guevara
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 405/406.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Francisco de Rojas

Ao Sepulcro do Grande Condestável

Epitáfio

Este que em decoroso Monumento,
Sendo cinza, desperta uma chama
Quando se dá luzes à sua fama,
Acresce compaixão ao sentimento,
Foi seu acidente, seu merecimento,
Não foi a dor o veneno que o inflama,
Que aqui em Grande a voz da orbe aclama,
Parece que o viver dura violento.
Este é o mesmo pranto e do chorado,
Seus méritos dirá sua feliz sorte,
Não teve que invejar e foi invejado.
A emulação em pranto se corte,
De todos foi em vida venerado,
E ninguém o premiou, senão a morte.


Francisco de Rojas
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 404.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Filipe Godins

À Sepultura do Grande Condestável

Epitáfio

Aqui parou o raio ardente
Dom Nuno Álvares; adora
Estas cinzas e chora
O passado e o presente.
Aquele princípio eminente
Que reduz o seu, a modo
De Divindade, todo o ser Godo,
E tudo o que a fama sabe,
Nesta urna breve cabe:
Ó hóspede, tão nada é o todo!

Doutor Filipe Godins
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 403.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de António de Solis Ribadeneira

Ao Túmulo do Grande Condestável

Epitáfio

Neste Ocidente gelado
Jaz, ó caminhante, aquele
Sol, cujo esplendor, nele
Ofuscou de tão dilatado,
Ele que a morte eternizou
Lá na posteridade;
Ainda que no curso da sua idade
Se opôs a Parca atrevida,
Mas em vez de tirar sua vida
Quitou-lhe a mortalidade.

António de Solis Ribadeneira
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 402.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Pedro Calderón de la Barca

Ao Sepulcro do Grande Condestável


Funestas pompas e cinzas frias
Sempre convidam a carpir enganos
Das horas de que se fazem os dias,
Dos dias de que se fazem os anos.
Só desta vez as mudas vozes minhas
Te chamam com felizes desenganos,
Te avisam com acertos superiores,
Ó viajante, que invejes e não chores.
Nuno Álvares Pereira, de quem foram
Tantos feitos que ao tempo atraiçoaram,
De quem tantas conquistas se disseram,
De quem tantas façanhas se contaram,
De quem tantos Monarcas descenderam,
E com quem tantas casas se engrandeceram,
Aqui jaz; e tanto é esta pedra leve,
Que admiração e não pranto se lhe deve.
Pois de si mesmo foi o mesmo vitorioso,
Que é a maior vitória em que se incorre,
Deste Templo, Patrono e Religioso,
A si mesmo, em si mesmo se acorre.
Ó se ele é feliz! Só é veramente ditoso
Aquele que duas vezes vive e morre:
Na fortuna temporal, tem uma
E logo outro na imortal fortuna.

Pedro Calderón de la Barca,
Cavaleiro da Ordem de Santiago.
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 401.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de António Lopez de Vega

Ao Túmulo do Grande Condestável

Epitáfio

Nem o Fúnebre cipreste nem o louro glorioso
Coroe esses despojos imortais,
Que ainda nos ritos da morte fatais
Sabem exibir o vitorioso,
Mora aqui seu valor, triunfa no ocioso,
Se fazem, ainda quando parecem mortais,
As forças do olvido desiguais
E o curso dos anos forçoso.
Não um Túmulo pois, mas uma Palestra
O mármore é a sua maior vitória,
Que guarda os invencíveis e se perpetua.
Salve, sempre vitoriosa destra,
Que até no rio Letes deixas memória
E permanente luz na cinza crua.

António Lopez de Vega
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 400.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Soror Violante do Céu

Ao Túmulo do Grande Condestável

Epitáfio

Jaz no alto Túmulo que miras
(Como exemplo de excelsas qualidades)
Qanta virtude disseram as verdades,
Quanto valor fingiram as mentiras.
Tu que supenso, ó viajante, admiras
Em tão breve lugar imensidades,
Sabe que há-de viver eternidades,
Esse que vês em Mármores e Piras.
Mas se a virtude, a força e o brio
Deste Varão, em tudo sem segundo,
A tua piedade ignora, duvida do teu siso.
Vê a sua vida que dirás, confio,
Que se bem soube conquistar o mundo,
Melhor soube conquistar o paraíso.

Soror Violante do Céu
(Monja do Convento da Rosa da cidade de Lisboa)
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 399.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Tirso de Molina

Ao Sepulcro do Grande Condestável

Epitáfio

Mármores, dai a eternidade
A esse prodígio que escondeis,
Com cujo exemplo admireis
O valor e a piedade.
Esta, com a sua felicidade,

Quitou à pátria as tremuras,
Deu novos Heróis às alturas,
À soberba deu castigo,
Diadema e Reino a seu amigo,
E mais um Santo ao Carmelo.

Mestre Tirso de Molina
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 398.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira – Nuno de Santa Maria por Brandão Ferreira

“Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, Fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o reino dos céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descança o seu corpo.”

Inscrição que existiria na pedra tumular da sepultura primitiva de D. Nuno Alvares Pereira, na igreja do Carmo, em Lisboa


Por uma feliz iniciativa do autor, certamente inspirada no patriotismo que lhe corre nas veias, vamos poder desfrutar da excelsa figura de Nuno Álvares Pereira cantada por José Campos e Sousa.
São um conjunto de bonitos poemas de autores consagrados que a sensibilidade de Campos e Sousa musicou e representam uma original e justa homenagem ao português maior e único que foi D. Nuno.
Em boa hora o fez.


O futuro Fronteiro-Mor do Alentejo e Condestável do Reino, nasceu em Cernache do Bonjardim ou no Castelo da Flor da Rosa – segundo outros autores - em 1360.
Educado com esmero e nos ideiais da Cavalaria não se limitou a rever-se neles, interiorizou-os e aplicou-os pela vida fora. Quis ser exemplo do que professava e que outros o seguissem.
D. Nuno distinguiu-se primariamente como um grande general, um líder natural e um combatente de eleição. Somou sucessos, foi generoso na vitória e humano para com o inimigo. A ele devem Portugal e os portugueses a mercê de serem independentes e com identidade própria no concerto das nações. Mais tarde, cumprida a tarefa de salvaguardar o trono e a segurança das fronteiras, a sua Fé – que sempre o acompanhou em tudo o que fez – levou-o a dedicar-se em exclusivo ao Bem, ao serviço de Deus e da sua alma.
Culminou os muitos templos religiosos que mandou construir, grande parte deles em honra da Virgem Maria - de quem era especial devoto - com o convento do Carmo, em Lisboa, destinado a ser sede da Ordem com aquele nome e local para a sua última morada. Para lá entrou como simples irmão donato, ficando encarregue da portaria.
Sendo dos homens mais poderosos e ricos do país, foi-se desfazendo da sua riqueza, quer em obras pias, quer distribuindo-a e aos títulos, pelos seus familiares, pelos seus camaradas de armas e simplesmente pelos pobres. E foi para estes que esmolava depois de se ter recolhido à sua cela do convento que mandara construir. O caldeirão que antes servira para cozinhar o rancho para as suas tropas, servia agora para alimentar os desvalidos com sopa – a sopa dos pobres!
Como cidadão há a destacar um conjunto alargado de qualidades que pôs ao serviço da comunidade, dando exemplo de boas práticas e de bons costumes. Sobrava-lhe carácter, mas não deixou de ser humilde. Não se lhe conhecem vilezas. Por tudo isto o povo logo o apelidou de “Santo”, assim que Nuno de Santa Maria fechou os olhos, com 71 anos de vida bem vivida, rodeado do Rei e dos infantes. E não mais parou de haver romaria ao seu túmulo onde passou a tremular a luz de uma lamparina de prata oferecida pelo futuro rei D. Duarte que muito estimava o Condestável.
Foi este rei que inaugurou as iniciativas de canonização que duraram um longo período de seis séculos até a santidade ter sido reconhecida pelo actual Papa Bento XVI, em cerimónia ocorrida em Roma, a 26 de Abril de 2009.
É este homem, General e Santo, exemplo ímpar para Portugal e agora para todo o mundo católico, que este CD homenageia.
Ao contrário de muitos responsáveis políticos e outros, que ignoraram a honra da canonização e o exemplo de D. Nuno, José Campos e Sousa cumpriu o seu dever de artista, de cidadão e de português.
Devemos estar-lhe gratos por isso.

Brandão Ferreira

In O Adamastor

São Nuno de Santa Maria. CD de José Campos e Sousa

Por mais um favor do Céu coube-me desta feita dar música e dar voz a muito do que se tem escrito em louvor de Dom Nuno Álvares Pereira, o Condestável, terror dos Castelhanos, verdadeiro Herói da minha infância. Benditas 3ª e 4ª classes que em 1955/1956 trouxeram à minha vida, de maneira tão fantástica a tão fantástica vida de uma mão cheia de Homens, que começando em Viriato, ajudaram a erguer Portugal. Dom Nuno, é certamente um primeiro entre iguais. Já Fernando Pessoa na “Mensagem” lhe atribuiu no Brasão, o lugar cimeiro - o da coroa.
Vou lançar no próximo mês de Novembro uma edição de autor, “Por Portugal e Mais Nada ” título que roubei ao Rodrigo Emílio, que de várias maneiras está presente neste Torneio.
O Rodrigo desafiou-me para esta empresa, há uns bons 8 anos, enchendo-me de folhas com poemas e textos sobre Dom Nuno, muito a seu jeito. Este projecto foi sendo adiado por uma razão ou por outra, somente agora que o nosso Herói foi promovido a Santo, pelo Outro Rei , é que eu tive licença de o acabar. Tinha que ser assim!
É um CD para Portugueses admiradores e herdeiros e seguidores das formaturas de 1143, 1385, e 1640, gente que não tem por hábito pôr-se em bicos dos pés, que só aparece quando é necessária. Gente anónima, modesta, desinteressada e corajosa. Gente que não discute nem põe em causa Portugal, gente que dá sem receber. É para todos esses que eu canto!
Dediquei “Por Portugal e Mais Nada” a S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, décimo sexto neto de Dom Nuno e do Mestre de Avis. Faço-o por respeito, por admiração e principalmente por devoção a uma causa que precisa urgentemente de um novo Mestre que, como canta Rodrigo Emílio: - “Ponha a andar daqui o Andeiro!”.
A todos os que estiveram presentes no “Rodrigamente Cantando” e na “Mensagem à Beira -Mágoa” quero agradecer o apoio. Espero encontrar-vos de novo neste caminho Português “Por Portugal - e Mais Nada!”
Lisboa, Outubro de 2009»

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pintura de Gabriela Marques da Costa - XII

A derrota de Castela

Pintura de Gabriela Marques da Costa - XI

Pintura de Gabriela Marques da Costa - X

A batalha de Aljubarrota

Pintura de Gabriela Marques da Costa - IX

O Santo Destemido

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VIII

Mestre de Avis, o fiel amigo

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VII

Os envolvidos

Pintura de Gabriela Marques da Costa - VI

Táctica do Quadrado

Pintura de Gabriela Marques da Costa - V

Condestável, o Beato tornado Santo
Gabriela Marques da Costa

Pintura de Gabriela Marques da Costa - IV

"Com esta bandeira me guio"
Gabriela Marques da Costa

Pintura de Gabriela Marques da Costa - III

Monge da Armadura

Pintura de Gabriela Marques da Costa - II

"Pelo Reino, pela Pátria, Por Deus"

Pintura de Gabriela Marques da Costa - I

"Poucos de nós vencerão muitos"