Miraculada carrega um dos símbolos de Nuno Álvares Pereira na canonização em Roma
Guilhermina de Jesus nunca pensou que a novena rezada num frio dia de Dezembro de 2000 a levaria até ao Papa. Este domingo, a agradecer o milagre da vista recuperada, sobe ao altar que canonizará D. Nuno Álvares Pereira, em Roma.
A imagem do Beato Nuno não o favorece na fotografia de conjunto da Praça de S. Pedro. Mal se percebe o homem que devolveu Portugal aos portugueses em 1385, no meio de tanta referência à sua própria história. E no meio dos outros quatro canonizados hoje. Mas já está lá desde ontem, na fachada da Basílica. Guilhermina não precisará de franzir o olhar recuperado depois da tal novena de Dezembro de 2000. Estará lá, no altar, a carregar uma das relíquias do beato que foi militar, que foi rico e se quis pobre, que foi Condestável e desejou não o ser mais. É graças à confirmação de que Guilhermina cegara com salpicos de óleo a ferver e voltara a ver a luz invocando Nuno de Santa Maria que hoje há festa.
Mas isso já faz parte da História. Tal como o interminável processo que hoje faz de Nuno santo. Hoje, Guilhermina há-de levar a imagem daquele que, quando viveu, foi "o homem mais rico de Portugal". Ou as flores. Ou as velas. Ao lado dela, o presidente da Fundação da Batalha de Aljubarrota, aquela que tornou Nuno Álvares Pereira famoso no passado dos factos. No outro, o da religiosidade, "por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre", como reza o guião da cerimónia preparada pela Santa Sé. Deu o que tinha à Igreja, aos pobres, à família e aos antigos companheiros de armas.
Chegou a pedir nas ruas, até que o rei o ordenasse em contrário e, do que este lhe mandava para sustento, "distribuía tudo o que podia pelos pobres, socorrendo e assistindo na agonia aos moribundos". "Só por ordem do rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para os pobres". A cerimónia - que deverá ser presenciada por várias centenas de portugueses, muitos deles em representações oficiais - tem início marcado para as 10.30, altura em que o prefeito para a Causa dos Santos, o arcebispo italiano D. Ângelo Amato, fará uma introdução à vida e heroicidade do Beato Nuno, mais pela sua opção pela vida monástica - viveu e morreu no Convento do Carmo, que ele mesmo mandara construir - do pelos feitos militares. O chefe da Casa Militar do Presidente da República, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, o patriarca de Lisboa, o presidente da Conferência Episcopal, o superior maior da Ordem do Carmo e o duque de Bragança - cuja dinastia descende de Nuno Álvares Pereira - serão algumas das testemunhas da canonização.
Guilhermina de Jesus nunca pensou que a novena rezada num frio dia de Dezembro de 2000 a levaria até ao Papa. Este domingo, a agradecer o milagre da vista recuperada, sobe ao altar que canonizará D. Nuno Álvares Pereira, em Roma.
A imagem do Beato Nuno não o favorece na fotografia de conjunto da Praça de S. Pedro. Mal se percebe o homem que devolveu Portugal aos portugueses em 1385, no meio de tanta referência à sua própria história. E no meio dos outros quatro canonizados hoje. Mas já está lá desde ontem, na fachada da Basílica. Guilhermina não precisará de franzir o olhar recuperado depois da tal novena de Dezembro de 2000. Estará lá, no altar, a carregar uma das relíquias do beato que foi militar, que foi rico e se quis pobre, que foi Condestável e desejou não o ser mais. É graças à confirmação de que Guilhermina cegara com salpicos de óleo a ferver e voltara a ver a luz invocando Nuno de Santa Maria que hoje há festa.
Mas isso já faz parte da História. Tal como o interminável processo que hoje faz de Nuno santo. Hoje, Guilhermina há-de levar a imagem daquele que, quando viveu, foi "o homem mais rico de Portugal". Ou as flores. Ou as velas. Ao lado dela, o presidente da Fundação da Batalha de Aljubarrota, aquela que tornou Nuno Álvares Pereira famoso no passado dos factos. No outro, o da religiosidade, "por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre", como reza o guião da cerimónia preparada pela Santa Sé. Deu o que tinha à Igreja, aos pobres, à família e aos antigos companheiros de armas.
Chegou a pedir nas ruas, até que o rei o ordenasse em contrário e, do que este lhe mandava para sustento, "distribuía tudo o que podia pelos pobres, socorrendo e assistindo na agonia aos moribundos". "Só por ordem do rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para os pobres". A cerimónia - que deverá ser presenciada por várias centenas de portugueses, muitos deles em representações oficiais - tem início marcado para as 10.30, altura em que o prefeito para a Causa dos Santos, o arcebispo italiano D. Ângelo Amato, fará uma introdução à vida e heroicidade do Beato Nuno, mais pela sua opção pela vida monástica - viveu e morreu no Convento do Carmo, que ele mesmo mandara construir - do pelos feitos militares. O chefe da Casa Militar do Presidente da República, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, o patriarca de Lisboa, o presidente da Conferência Episcopal, o superior maior da Ordem do Carmo e o duque de Bragança - cuja dinastia descende de Nuno Álvares Pereira - serão algumas das testemunhas da canonização.
In Jornal de Notícias, 26.04.2009
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