sábado, 22 de maio de 2010

Nun’ Álvares, poema de Mário Beirão

Nun’ Álvares

Senhor! Por mim, teu espírito visita
O Reino onde servi como soldado;
Por ti, meu coração alevantado,
Por ti, este burel de carmelita!

A humilde cela que o teu filho habita
É um cárcere de lágrimas banhado;
Condoa-se do olhar do emparedado
A luz desses teus olhos, infinita!

Senhor, perdoa ao monge arrependido:
Se ainda não mereço a tua dor,
Reduz-me à escuridão do eterno olvido!

Soberbo eu fui; perdoa ao vencedor,
Ao vencedor dos homens, — o vencido
Por teu pranto humaníssimo, Senhor!



Poema de Mário Beirão
Música de José Campos e Sousa.

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