domingo, 30 de maio de 2010

Frei Nuno de Santa Maria, poema de Branca da Silveira e Silva

Frei Nuno de Santa Maria

Tinha dado ao seu Rei a Glória formidável
de «pagar» a Castela do torvo desacato...
— Chama-o a clausura, essa vida inefável,
já cumprido, no mundo, o nacional mandato.

Trocando o esplendoroso arnês de Condestável
pelo negro burel de humilde Irmão Donato,
encerrou-se no claustro, a viver miserável,
para remir, também, o mundo tão ingrato...

E olhando a sua cruz de frade mendicante,
Frei Nuno, a agonizar num êxtase radiante,
— ao seu Rei dando ainda o seu último abraço —,

para sempre engastou, como estrela fulgente,
no constelado céu da Pátria independente,
o seu vulto de — Santo — iluminando o espaço.


Poema de Branca da Silveira e Silva (Giesta)
Música de José Campos e Sousa (3 de Abril de 2009)

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