segunda-feira, 7 de março de 2011

Poema condestabriano de Agustín Moreto y Cavana

Ao Sepulcro do Grande Condestável


Epitáfio

Jaz aqui: como direi para chamá-lo?
Novo Aquiles? É obscurecê-lo.
Um Alexandre? Não é engrandecê-lo.
Um Heitor Lusitano? É antes abaixá-lo.
Tudo é pouco quando monta a defini-lo,
Nada basta quanto toca a compreendê-lo,
Se um sentido não se pode entendê-lo
Como pode uma simples pena atingi-lo?
Nuno Álvares Pereira é por quem anseia
A voz, que não o explica mas antes o prediz,
Que o esquecimento eterno não receia.
Morre um homem assim? Ó sorte infeliz
Quem em vãos aplausos perde o seu norte
Se no fim de tudo triunfa a morte?

Agustín Moreto y Cavana
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano, Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 409.

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