segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Poema condestabriano de Luis Velez de Guevara

À Sepultura do Grande Condestável

Aqui jaz sepultado
Dom Nuno Álvares Pereira,
De Portugal Condestável,
Mas não há aí coisa que o seja.
Ilustre Progenitor
De quantos louros cercam
Na Imperial Monarquia
Tanta Cesárea cabeça.
De quantos Reis a Europa,
E Príncipes a governam,
Cujos brasões heróicos
Competem com as estrelas.
Que foi um Português prodígio
De vitórias, e proezas,
Em Portugal, e em Castela,
E nas Árabes fronteiras.
Generoso descendente
De Pelágio, cujas mesmas
Façanhas tanto imitou,
Que escureceu as alheias.
Sendo novo Viriato
Lusitano, que em empresas
Mas invencíveis, deu invejas
Novas a Alexandre e César.
E depois de tantos triunfos,
Para alcançar a posteridade
Vitória, viveu na clausura
Religiosa, e morreu nela.
Tendo estado nove anos
De vida exemplar e perfeita,
No Carmo de Lisboa,
Que com grande magnificência
Fundou, e de quem foi Patrono,
Leve esta o que seja,
Onde em geladas cinzas
O clarim último espera.
Luis Velez de Guevara
In Rodrigo Mendes Silva Lusitano,
Vida e Feitos Heróicos do
Grande Condestável e Suas Descendências,
Esfera do Caos Editores, 2010, p. 405/406.

Sem comentários:

Enviar um comentário